quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Rpm no por toda minha vida da tv Globo



Na década de 70, a música teve sua praia invadida pelas ondas do rock progressivo. O estilo musical atiçou a curiosidade do mundo e inspirou, particularmente, dois jovens brasileiros que sonhavam em formar uma banda de sucesso. O sonho, a princípio, era individual, mas o destino tratou de juntar os desejos promovendo o encontro de Paulo Ricardo, Luís Schiavon, Fernando Deluqui e P.A. O Por Toda a Minha Vida que a Rede Globo exibe nesta quinta-feira, dia 4, às 23h25, logo após a estreia de Clandestinos - O Sonho Começou, lembra a história da banda paulista com sigla de unidade de medida e dona de feitos inéditos na indústria da música brasileira. O episódio traz imagens de arquivo e depoimentos dos integrantes e profissionais que fizeram parte do cotidiano do RPM como o escritor Marcelo Rubens Paiva, o produtor musical Luís Carlos Maluly e o cantor Ney Matogrosso.

Em 1978, o acuado letrista Paulo Ricardo assistiu a um ensaio da banda do então tecladista e estudante Luís Schiavon. Ao final do repertório, os integrantes discutiram, a banda acabou e Luís e Paulo iniciaram uma parceria. Depois de um período de separação, com Paulo em Londres, a dupla compôs músicas de qualidade, mas, para sair dos ensaios de garagem e chegar aos palcos, ainda teriam um longo caminho a percorrer.


Paulo Ricardo é interpretado por João Gevard
(Foto: TV Globo/João Miguel Júnior)Em uma jogada de sorte, Paulo acompanhou o amigo Marcelo Rubens Paiva a uma visita à gravadora CBS. O vocalista não perdeu tempo e entregou uma fita cassete com suas composições nas mãos do produtor musical Tomás Muñoz. A tentativa rendeu uma entrevista com o diretor artístico Marcos Maynard, que ficou bem impressionado com a inteligência e foco de Paulo Ricardo. Mas, mesmo com o grande impulso, a dupla ainda precisava de algo a mais. O aditivo tem nome e sobrenome: Fernando Deluqui, que, com sua guitarra, completou o trio roqueiro batizado RPM.

Depois da nova formação da banda, o próximo passo seria assinar contrato com alguma gravadora, que, na época, era o único meio para tirá-los do anonimato. Paulo então se reúne com Tomás Muñoz e blefa dizendo que receberam convite de outra gravadora para produzir o primeiro disco. A estratégia deu certo e eles assinaram o contrato. O primeiro compacto do trio apresentou ao Brasil as músicas "Revoluções por Minuto" e "Louras Geladas". Mesmo com um disco gravado, a banda ainda não estava completa. Faltavam P. A. e sua bateria, instrumento essencial em qualquer banda de rock.

O primeiro show como profissionais foi em 1985 e a apresentação causou impacto nos jornalistas presentes. No mesmo mês o LP da banda foi lançado com músicas que nunca mais seriam esquecidas como: "Olhar 43" e "Rádio Pirata" e a partir daí o RPM entrou para a história. O empresário Manoel Poladian repaginou o estilo dos integrantes e os paulistas certinhos ganharam mais ousadia, levando o público feminino à loucura.

Como resultado dos esforços de todos, o primeiro show teve bilheteria esgotada. E era só o começo. Antes do lançamento do LP completar um ano, foram vendidas 500 mil cópias. Músicas ainda não gravadas por eles, como "London London", alcançavam os primeiros lugares nas paradas e eram repetidas à exaustão nas rádios. Por isso os executivos da gravadora correram para fazer o primeiro CD ao vivo do RPM, que, na época, foi o mais vendido da história, alcançando a marca de três milhões de cópias.


Estourados no país inteiro, a exaustão das turnês começou a influenciar o convívio dos integrantes da banda. Para acalmar os ânimos, acabaram a turnê e saíram de férias por três meses. A distância esfriou a relação dos quatro e a composição do novo CD foi difícil. A química do RPM estava se esvaindo e a nova bateria de shows parecia anunciar que o fim da banda estava próximo. Luís pede à gravadora para produzir seu primeiro CD solo e, para tristeza do público, o grupo desfaz a parceria.

Apresentado por Fernanda Lima, Por Toda a Minha Vida RPM tem direção de núcleo de Ricardo Waddington e direção de Thiago Teitelroit. Escrito por George Moura e Patrícia Andrade, tem colaboração de Sílvio Essinger e redação final de George Moura.

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