O grupo tocava músicas de grandes sambistas e composições próprias, inovando no jeitão de falar do cotidiano e sempre com um ritmo diferente, e utilizando instrumentos que até então não eram comuns nas rodas de samba. Por exemplo, o banjo com braço de cavaquinho (que foi criado por Guineto), o tantã (criação de Sereno), o repique-de-mão (novidade trazida por Ubirany) e também o repique-de-anel. Assim, foram considerados um dos criadores de um estilo que, depois veio a influenciar praticamente todas as bandas de pagode, que é um sub-gênero dentro do samba e que estava começando a surgir naquela época. Impressionada pelo talento e também pelo som do grupo, Beth Carvalho em 1978 convidou o pessoal do Fundo de Quintal para participar de seu disco chamado "Pé no Chão". Esse trabalho foi produzido por Rildo Hora, que mais tarde viria a ser um dos grandes parceiros e produtor de vários trabalhos do Fundo de Quintal. Devido ao sucesso do álbum da “madrinha do samba” (apelido que Beth Carvalho carrega com carinho ate hoje), no ano de 1980, pinta o convite da gravadora RGE para um disco solo do grupo.
O disco saiu no mesmo ano, e foi batizado de "Samba é No Fundo de Quintal". Já no trabalho de estréia, o álbum foi bem aceito, e começou a tocar diariamente em São Paulo. Através de um funcionário da RGE ligado ao grupo O SAMBA LA DE CASA, o vinil do Fundo de Quintal chega às mãos do Radialista Moises da Rocha, (que apresenta ate os dias de hoje, inclusive na Rede Super Sucesso, o programa O Samba pede passagem, que ate então era o único programa exclusivamente de samba em fm do Brasil). Moises gostou tanto da novidade que prometeu ao vivo, que iria executar todos os dias aquele disco, o que inegavelmente impulsionou a carreira dos sambistas cariocas pelas bandas da paulicéia. No ano seguinte algumas baixas no grupo. Almir Guineto e Jorge Aragão, deixam o Fundo de Quintal para seguir carreiras solo e Neocy, que veio a falecer. Para refazer o time, o grupo ganha dois novos integrantes: Arlindo Cruz e Walter Sete Cordas. Com o sucesso do primeiro disco, a gravadora se anima e naquele mesmo ano, lançam o segundo trabalho do grupo, que levou o nome de "Samba é No Fundo de Quintal - Volume 2". Desse álbum destacam-se o grande sucesso Bebeto Loteria" (de Gelcy do Cavaco e Pedrinho da Flor), alem de "Você Quer Voltar" (Pedrinho da Flor e Gelcy do Cavaco), "Sou Flamengo, Cacique e Mangueira" (Luiz Carlos), "Prazer da Serrinha" (Hélio dos Santos e Rubens da Silva), "Zé da Ralé" (Almir Baixinho e Diogo) e também "Gamação Danada" (Almir e Neguinho da Beija-Flor).
1980 - Samba é No Fundo de Quintal - Vol.1
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